Foi ao longo de inúmeros e intermináveis saraus
cibernéticos que surgiu a idéia de uma exposição de
fotos sobre o café. A escolha do tema parte de um
ponto indiscutível: meu amor à essa bebida
tão antiga, a esse prazer/vício. Essa devoção ao
“deus-café” deu origem à toda uma abordagem do café
como cultura, encontro social, o “novo-bar”. Os vários
cafés que freqüentei e fotografei (no Brasil e no exterior) durante um
período de quase um ano trouxeram , além do prazer
da degustação, todo o ambiente boêmio, o clima dos cafés
europeus, a camaradagem, encontros de amigos e as
discussões acaloradas. Das possibilidades e
preferências: fortes, pingados, frios ou pelando,
cremosos. Das texturas, dos tons terra, dos beges e
marrons mesclando-se na superfície das xícaras,
belamente contrastando com o diferente design das
mesmas. Cafés solitários, para momentos de reserva,
reflexão ou tão somente um pouco de paz, cafés
românticos a dois, cafés cúmplices de histórias e
causos divididos e até cafés em grupo, terapia
coletiva , gastronômica e , como nesse caso,
inspiração para a arte.
